Por que e como acompanhar o processo de recolocação profissional de ex-funcionários.

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Entenda como a empresa ganha ao se preocupar com seu ex-colaborador.

 

Você sabia que a perda de um emprego é um impacto tão negativo que só é superado pela perda de um ente querido? Esta pode ser uma das razões para a recolocação profissional ser uma fase de turbulências na carreira da maioria das pessoas. É uma etapa que envolve muitos fatores emocionais: é um momento de incertezas e em que o profissional pode se sentir fragilizado ou com uma sensação de fracasso, em virtude da demissão recente.

Assim, as empresas começaram a compreender que têm um papel nesse momento e que há ganhos para ambos os lados. Hoje em dia, a recolocação profissional começa a deixar de ser uma responsabilidade única do profissional. Companhias renomadas já tomam como procedimento padrão a demissão humanizada de funcionários e o auxílio em sua reinserção no mercado de trabalho. Mas por que isso?

Marcelo Nobrega, cuja formação inclui Ciência da Computação na Columbia University, Finanças no IBMEC e Engenharia de Produção na UFRJ, há vinte anos trabalha com Recursos Humanos. Já foi diretor de RH de grandes multinacionais como McDonald’s, Reckitt Benckiser e Latam. Hoje faz palestras sobre gestão de pessoas e de carreira e pode nos ajudar a entender melhor essa questão.

Autor do livro Você Está Contratado, que fala sobre como investir na construção de uma carreira sólida e bem-sucedida, Marcelo Nobrega põe em xeque o senso comum de que a culpa pelo desligamento é inteiramente do profissional quando propõe uma perspectiva diferente sobre o que ocorre quando uma pessoa é demitida: “É função do líder assegurar o sucesso dos membros da sua equipe. E se a demissão fosse encarada com uma falha do líder e não do colaborador que é desligado?”. O consultor ainda nos chama atenção para os seguintes questionamentos: “Será que a empresa não fez uma contratação errada ou uma promoção apressada? Será que não foi falta de treinamento e direcionamento? Será que não faltou o líder dar feedback?”. Talvez o colaborador esteja trabalhando em funções que exigem menos da sua capacidade e, portanto, esteja um pouco desinteressado.

Com isso, o primeiro motivo que justifica a preocupação da empresa com a recolocação profissional do ex-funcionário consiste no próprio desempenho da organização durante o tempo de trabalho dele. “Talvez o funcionário não esteja performando por responsabilidade da própria empresa. Assim, o processo de recolocação profissional é uma ação mais que indicada”, afirma Marcelo Nobrega. Experimentar e, portanto, errar é inerente ao trabalho. Por isso, é importante ter a consciência disso, partir para uma autoavaliação crítica e, assim, criar meios para reparar falhas da empresa na gestão de carreira de seus colaboradores, sendo o apoio à recolocação profissional um deles.

O segundo motivo que justifica o acompanhamento da empresa na recolocação profissional de seu ex-funcionário é de grande interesse da própria organização. A falta de zelo pelos funcionários já afeta, e muito, a marca da empresa. Há pesquisas que mostram que consumidores já consideram a reputação da empresa como boa (ou má) empregadora antes de adquirir seus produtos. Agora, imagine como ficaria a imagem da organização vista pelos olhos de alguém que acabou de perder o emprego e se encontra desamparado? O talento pode ser demitido, mas a passagem pela organização permanece no seu currículo. Muitas das amizades e relacionamentos desenvolvidos lá dentro também continuarão. De acordo com Marcelo Nobrega, “o ex-funcionário é um porta-voz da empresa, ele falará da marca, da organização e dos produtos para outras pessoas que são potenciais futuros colaboradores, clientes e stakeholders em várias dimensões”. Afinal, as pessoas confiam na palavra de alguém próximo ao seu círculo e vão tomar como verdade a visão de quem esteve dentro da organização. O employer branding – marca empregadora – também pode ser afetado, pois “se ele sair com mágoa, vai influenciar negativamente pessoas que a empresa pode tentar contratar no futuro“, afirma o especialista.

Outro grande motivo para investir na recolocação do profissional, que está intimamente ligado à preservação da imagem da empresa, é que o mundo dá voltas e é feito de bons relacionamentos. Isso significa que esse profissional que hoje deixa a empresa pode voltar futuramente, seja em outro cargo ou para realizar um projeto temporário. Há muitos ganhos também nessa prática – hoje conhecida como “profissionais bumerangue”. Manter as relações no mundo corporativo é essencial. Tudo está conectado e, por isso, Marcelo Nobrega aconselha: “O programa de recolocação profissional pode ser uma grande ferramenta de apoio para o profissional ao sair da empresa, ele continuará a ter uma boa imagem da marca”.

Até aqui, vimos os impactos que a falta de cuidado com o ex-funcionário pode causar. Mas de que forma a empresa pode proceder na recolocação profissional dele?

Uma situação de demissão, por mais “amigável” que seja, é sempre um momento delicado. Por isso, não é aconselhável à empresa atuar diretamente na recolocação profissional de seu ex-funcionário ‒ isto é, a organização pode sim apoiar o ex-colaborador, mas o indicado é que este auxílio seja por meio de terceiros. Segundo Marcelo Nobrega, “a melhor alternativa é a contratação de uma empresa de recolocação profissional”.

Consultorias especializadas em transição de carreira e recolocação profissional como a Blumen, oferecem profissionais qualificados e um programa completo para direcionar com respeito todo esse processo de recolocação. Assim, a empresa garante, indiretamente, uma orientação adequada ao seu ex-funcionário, como uma forma até de reconhecimento pelo tempo de atuação e os serviços prestados.

O acompanhamento da efetividade do trabalho contratado pode ser feito pelo departamento de RH. Esta supervisão, que pela natureza da situação, acaba sendo mais “à distância”, pode ser realizada por meio de relatórios periódicos. Neste acompanhamento, uma comunicação constante com a consultoria, do início do processo ao alcance da recolocação, também é uma forte aliada.

Se houver abertura, o contato com o colaborador beneficiado ‒ para saber se o processo está sendo satisfatório e se a consultoria está entregando o combinado ‒, não é uma possibilidade totalmente descartada. Veja se existe uma forma produtiva de contato para seguir o processo junto ao ex-colaborador. Isto pode ser interessante para entender a satisfação dele quanto ao programa e desta forma o RH terá tranquilidade de que o investimento feito no programa de recolocação profissional está dando resultado.

Gostou do nosso artigo? Que outras vantagens você acredita que a recolocação profissional traz como um todo, tanto para a empresa quanto para o ex-funcionário? Compartilhe conosco.

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