Neste artigo, abordamos a importância do plano de carreira como ferramenta estratégica para o crescimento dos colaboradores e o sucesso da empresa. Confira!
No dinâmico mundo corporativo atual, a pergunta “plano de carreira: o que é?” ressoa com força, tanto para profissionais em busca de crescimento quanto para empresas que desejam reter talentos.
Um plano de carreira é mais do que um simples roteiro; é uma ferramenta estratégica que alinha os objetivos individuais dos colaboradores com as metas da organização, porém, é importante ter em mente que quem cuida da carreira é o próprio profissional.
A importância de um plano de carreira bem definido é abrangente. Para os colaboradores, ele oferece clareza, motivação e um caminho estruturado para o desenvolvimento de novas habilidades e competências. Para as empresas, traduz-se em retenção de talentos, sucessão de cargos bem estruturada e um clima organizacional mais produtivo.
No entanto, a criação e implementação de um plano de carreira eficaz exigem atenção a alguns pontos cruciais. Por isso, entrevistamos Allan Finkel, engenheiro e vice-presidente corporativo da Novo Nordisk para a América Latina, que compartilhou reflexões relevantes sobre o tema e contou um pouco da sua trajetória profissional. Confira, a seguir, seu breve currículo:
- Allan Finkel ingressou na Novo Nordisk em 2015 como presidente da afiliada brasileira, posição que ocupou até 2021, quando assumiu a presidência das operações da América Latina.
- Natural de São Paulo, Allan é formado em Engenharia Eletrônica pela Escola de Engenharia Mauá e possui um MBA pela Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos. Sua trajetória profissional inclui passagens pela Bristol Myers Squibb, nos EUA, entre 2001 e 2004, onde atuou nas áreas de marketing e vendas. Em 2004, retornou ao Brasil para integrar a Eli Lilly Farmacêutica, ocupando cargos de liderança em Assuntos Corporativos, Novos Negócios e Vendas.
- À frente da Novo Nordisk no Brasil, Allan liderou uma equipe de mais de 600 colaboradores, impulsionando o crescimento da afiliada em mais de cinco vezes e consolidando a liderança da empresa nos mercados de diabetes, obesidade, hemofilia e transtorno de crescimento. Sob sua gestão, a Novo Nordisk se tornou a farmacêutica de maior crescimento no país, feito que lhe rendeu o prêmio de presidente mundial do ano da companhia. Além disso, entre 2020 e 2021, presidiu o conselho da Interfarma, associação que representa a indústria farmacêutica de inovação no Brasil.
- Desde 2021, Allan lidera as operações da Novo Nordisk na América Latina, comandando uma equipe de mais de 1.600 profissionais em diversos países e gerindo um faturamento de aproximadamente US$ 3 bilhões. Paralelamente, atua como presidente do conselho da ONG Instituto Fazendo História.
Boa leitura!
O que é um plano de carreira dentro de uma empresa e por que ele é importante
De acordo com Allan, um plano de carreira é um conjunto estruturado de metas e diretrizes que orientam o crescimento profissional dos colaboradores dentro de uma empresa. Ele destaca que, embora a empresa tenha o papel de oferecer os meios e as oportunidades para o desenvolvimento, a responsabilidade pelo avanço da carreira é, em última instância, do próprio funcionário. “A empresa pode fornecer as ferramentas e o caminho, mas o colaborador é quem deve conduzir sua trajetória profissional”, afirma Allan.
Quando questionado sobre a importância de um plano de carreira para uma organização, ele explica que esse plano traz benefícios tanto para os colaboradores quanto para a empresa. Ele começa com a clareza e o direcionamento que o plano oferece.
“O plano de carreira proporciona ao funcionário uma visão precisa das oportunidades de crescimento e dos caminhos disponíveis dentro da empresa”, comenta Allan. Com essa visão clara, o colaborador se sente mais motivado e engajado, pois percebe um futuro de crescimento e desenvolvimento dentro da organização.
Além disso, o plano de carreira é uma ferramenta valiosa para o desenvolvimento de novas habilidades e competências Allan observa que, quando o colaborador tem metas bem definidas, ele é incentivado a aprimorar suas competências para alcançar esses objetivos. “Isso não apenas fortalece o potencial do profissional, mas também cria um ambiente de constante evolução dentro da empresa”, afirma.
Outro ponto importante que Allan menciona é a retenção de talentos. Para ele, um plano de carreira estruturado é essencial para manter os melhores profissionais dentro da empresa. “Organizações que investem no desenvolvimento contínuo de seus colaboradores conseguem reter talentos, evitando os altos custos com turnover”, explica. Além disso, esse tipo de plano facilita a sucessão de cargos, permitindo que a empresa prepare seus funcionários para ocupar posições de liderança, o que garante uma transição mais tranquila e bem planejada.
Por fim, Allan destaca que os benefícios de um plano de carreira não se limitam ao desenvolvimento individual. “Quando implementado de forma eficaz, o plano de carreira também melhora o clima organizacional, criando um ambiente mais produtivo e harmonioso”, diz. Esse engajamento dos colaboradores impacta diretamente a cultura da empresa e fortalece sua imagem como empregadora, tornando-a mais atrativa para novos talentos.
Quais são os primeiros passos para criar e implementar um plano de carreira
Para criar e implementar um plano de carreira eficaz, Allan destaca que o primeiro passo essencial é a empresa identificar claramente as necessidades e competências-chave para o crescimento da organização.
“A partir do momento que você entende as posições-chave e as competências necessárias, o desenvolvimento do plano de carreira fica muito mais claro”, explica.
Ele acredita que mapear as competências para cada cargo e nível é fundamental, permitindo que os colaboradores saibam exatamente o que é necessário para progredir dentro da empresa.
Além disso, ele ressalta a importância de definir metas SMART, ou seja, metas específicas, mensuráveis, atingíveis, relevantes e temporais. “As metas precisam ser concretas e mensuráveis para que o colaborador possa acompanhar seu progresso”, afirma. De acordo com Allan, essa clareza nas metas ajuda a evitar que elas se tornem algo vago ou subjetivo, tornando o processo de desenvolvimento mais tangível.
Outro ponto crucial para a implementação do plano de carreira é a flexibilidade. Allan destaca que, como as empresas e os mercados estão em constante mudança, os planos de carreira também precisam ser adaptáveis.
“Na medida em que as necessidades da empresa e do mercado evoluem, as competências exigidas para determinadas posições podem mudar, então o plano de carreira deve ser flexível para acomodar essas mudanças”, diz ele.
A comunicação também é um aspecto fundamental. A empresa deve garantir que as metas, competências e objetivos do plano de carreira sejam bem comunicados a todos os colaboradores. “É importante que as pessoas saibam quais são as expectativas, o que é necessário para alcançar um determinado cargo e como elas podem se desenvolver”, afirma.
Além disso, ele enfatiza a importância de feedbacks regulares e acompanhamento contínuo para garantir que os colaboradores estejam no caminho certo. “O feedback é essencial para garantir que o funcionário saiba o que está indo bem e onde pode melhorar”, explica.
Allan ressalta que o plano de carreira deve ser visto como uma responsabilidade compartilhada. “A empresa tem o papel de fornecer as ferramentas e os recursos necessários, mas o colaborador é quem deve ser o principal responsável pelo seu próprio desenvolvimento.”
Erros mais comuns que as empresas cometem ao implementar seus planos de carreira
Allan apontou alguns erros frequentes das empresas na implementação de planos de carreira e programas de desenvolvimento. Para ele, o primeiro grande erro está na falta de comunicação clara e regular.
“A partir do momento que você não comunica de forma nítida e constante, isso se torna um grande problema”, explicou. A comunicação eficiente é essencial para que os colaboradores compreendam os planos e as expectativas.
Outro erro recorrente, segundo Allan, é a rigidez na implementação dos planos de carreira, sem considerar a necessidade de flexibilidade e individualização. Ele destacou: “A questão da flexibilidade não é algo para ser imposto de forma rígida. Cada funcionário tem necessidades distintas, e isso deve ser levado em conta”.
Ele também observou que as empresas frequentemente pensam no crescimento apenas de forma vertical, o que pode não ser o desejo de todos os colaboradores. “Eu saio no campo e pergunto aos representantes o que eles esperam para o futuro, e muitos respondem que não desejam subir hierarquicamente, mas sim se desenvolver na posição atual. O desenvolvimento não precisa ser só vertical, pode ser também horizontal”, disse Allan, enfatizando a importância de entender as diferentes formas de evolução profissional.
Allan também destacou a mudança de perspectiva nas novas gerações. Para ele, a busca por qualidade de vida tem se tornado tão ou, às vezes, mais importante do que o crescimento rápido e ascensão em cargos de liderança. “As gerações mais novas buscam tranquilidade e qualidade de vida, tanto quanto ou até mais do que um crescimento rápido e sem limites”, explicou.
Por fim, Allan mencionou que esse cenário reflete uma transformação nas prioridades do mundo corporativo, que torna necessário entender como tudo vai evoluir.
“No fim das contas, as pessoas ainda precisam arcar com os custos do dia a dia e lidar com suas responsabilidades. A busca por equilíbrio entre vida pessoal e profissional parece ser cada vez mais uma necessidade fundamental, principalmente nas gerações mais jovens.”
A trajetória de Allan Finkel
Allan Finkel iniciou sua jornada profissional na engenharia, com o objetivo de desenvolver-se dentro da área técnica. Durante seus primeiros estágios, ele rapidamente percebeu que a formação puramente técnica não seria suficiente para alcançar seus objetivos a longo prazo.
“Eu queria mais do que apenas ser um bom técnico, então decidi fazer um MBA para adquirir uma visão mais estratégica e ampla sobre os negócios e o mercado”, comentou Allan, destacando a importância de expandir seus horizontes. Ao longo de seu MBA, ele teve a oportunidade de realizar um trabalho de verão em uma empresa farmacêutica, o que, para ele, foi uma verdadeira virada de chave.
“Foi nesse momento que me apaixonei pela indústria farmacêutica. Eu vi o quanto essa área poderia fazer diferença na vida das pessoas, e decidi que esse seria o meu caminho”, lembrou ele. Foi, portanto, a flexibilidade e a disposição para explorar novos horizontes que permitiram a Allan dar um salto significativo na sua carreira.
Ainda no início de sua trajetória, Allan não tinha um plano de carreira rígido ou completamente traçado. Em vez disso, ele adotou uma abordagem mais aberta e flexível, acreditando que as oportunidades surgiriam ao longo do tempo e que ele deveria estar preparado para aproveitá-las.
“Meu objetivo nunca foi ter um plano de carreira fechado. Eu queria crescer e aprender. Eu sabia que as oportunidades não seriam iguais para todos e que, se eu estivesse disposto a me adaptar, poderia fazer escolhas que realmente impulsionassem minha trajetória profissional”, explicou Allan. Essa mentalidade o ajudou a se adaptar às mudanças e tomar decisões que, a princípio, poderiam parecer arriscadas, mas que se mostraram fundamentais em sua trajetória.
Em determinado momento de sua carreira, surgiu uma oportunidade que ele nunca imaginou: uma proposta para atuar na área de assuntos corporativos, uma área completamente distinta da sua formação inicial em engenharia e sua experiência na indústria farmacêutica.
“Eu jamais imaginei o que seria trabalhar em algo relacionado a relações públicas ou gestão de imagem corporativa, mas percebi que essa seria uma chance única de desenvolver novas habilidades”, afirmou ele, refletindo sobre como a mudança de área foi um ponto de inflexão.
Para Allan, a flexibilidade em sua visão de carreira foi a chave para aceitar essa proposta, que, inicialmente, parecia distante de seus interesses e habilidades.
“Eu não tinha um plano que me obrigasse a seguir um caminho único. Quando essa oportunidade apareceu, vi nela uma chance de aprender coisas novas, de ampliar meus conhecimentos em comunicação e gestão de crises, além de aprender a trabalhar com stakeholders e a lidar com a mídia”, destacou.
Essa mudança de direção foi um exemplo claro de como a flexibilidade em sua carreira permitiu que Allan aprendesse e se desenvolvesse em áreas muito além do que ele imaginava.
“A experiência foi desafiadora, sem dúvida, mas também extremamente gratificante. Não só aprendi a importância de saber se comunicar em momentos críticos, mas também a trabalhar em equipe e a gerenciar situações de alta pressão. Essas habilidades se mostraram essenciais mais tarde, quando me envolvi em novos projetos e negócios”, lembrou ele.
Um dos maiores aprendizados de Allan ao longo de sua carreira foi a importância de saber aproveitar as mudanças e as oportunidades que surgem de maneira inesperada.
“Eu percebi que o plano de carreira não precisa ser algo fixo e imutável. Às vezes, o que você realmente aprende são as lições que vêm quando se adapta às situações e se permite explorar novos campos. Ao longo da minha carreira, percebi que se eu tivesse insistido apenas no que já sabia, provavelmente teria perdido algumas das experiências mais enriquecedoras”, afirmou ele.
Outro momento significativo em sua carreira foi a decisão de voltar ao Brasil após uma temporada nos Estados Unidos. Embora muitos pudessem ver essa mudança como um desafio, para Allan foi uma decisão estratégica que visava criar um equilíbrio mais saudável entre sua vida pessoal e profissional.
“Acredito que a vida é uma jornada de escolhas, e quando tomei a decisão de retornar ao Brasil, meu objetivo não foi necessariamente avançar em uma carreira específica, mas sim estar mais perto da minha família e da cultura que me é tão querida. Naquele momento, eu sabia que teria que recomeçar em alguns aspectos, mas isso nunca foi visto como um problema. Foi uma escolha alinhada com os meus valores e o que eu realmente queria para o meu futuro”, refletiu.
Allan acredita que a flexibilidade e a abertura para novas oportunidades são essenciais para o sucesso profissional. “Quando olho para trás, vejo que minha carreira não seguiu um caminho reto e previsível, mas cada passo foi crucial para me tornar quem sou hoje. O sucesso não é um processo linear, ele é construído por escolhas e aprendizados constantes. Não adianta seguir um plano fixo se você não estiver aberto para se adaptar e aprender ao longo do caminho”, comentou Allan, destacando que sua trajetória de carreira foi marcada por mudanças inesperadas, mas sempre focada no crescimento pessoal e profissional.
Hoje, Allan percebe que sua jornada o levou a um ponto em que a flexibilidade, a disposição para aprender e a capacidade de se adaptar foram as chaves para construir uma carreira sólida e gratificante.
Ele reconhece que, ao se permitir explorar diferentes áreas e estar aberto a mudanças, conquistou um conhecimento diversificado que o ajudou a se destacar em sua área e a alcançar realizações significativas.
“Eu não planejei a carreira da maneira convencional, mas acredito que cada passo que dei, mesmo os mais inesperados, me trouxeram até aqui”, conclui, com a convicção de que, para ele, o sucesso foi conquistado pela liberdade de explorar diferentes caminhos e aprender com cada experiência.
Conclusão
Neste artigo, exploramos a importância de um plano de carreira estruturado para o desenvolvimento dos colaboradores e o crescimento sustentável das empresas. Se este conteúdo esclareceu suas dúvidas sobre “plano de carreira: o que é”, compartilhe com outra pessoa que possa se beneficiar desse conhecimento.
LEIA TAMBÉM EM NOSSO BLOG
Recolocação profissional: por que é importante?
Assessment: o que é e em que momentos pode ser útil
Excelência em recolocação profissional: Blumen Consultoria é premiada pelo Grupo Gestão RH